domingo, 24 de outubro de 2010

HISTORIAS DA IBIAPABA.

FRANCISCA CARLA

A descoberta da doença de Francisca Carla aconteceu em uma das festas que era realizada pelos patrões e também padrinhos de batismo, Joaquim Carlos de Vasconcelos e dona Maria Rodrigues. Na festa, um almoço dominical, estava entre os convidados um profissional da saúde, apontado como um médico, que acabou por revelar para os patrões que a jovem estaria com “morféia”. Relatos da época diz que naquele momento os convidados começaram a rejeitar a comida posta à mesa, e desde então o clima no casarão não era mais de alegria, mas de preconceito.

Portadora da hanseníase ela foi segregada do meio social numa época em que o estigma criado sobre a lepra causava repulsa aos enfermos. O único modo de tentar controlar a doença era confinando os leprosos. Mas como em Tianguá na década de 50 não existia leprosários, Francisca Carla foi isolada, no meio da mata, onde passou o resto de sua vida.

Seu exílio perdurou não se sabe ao certo, entre cinco a oito anos, sobrevivendo de doações que eram deixadas por pessoas, que muita das vezes transitam pelo caminho uma única vez por semana. A estrada ligava a comunidade ao Centro da cidade de Tianguá.

No livro de registro de óbitos do Município de Tianguá, a reportagem encontrou o atestado de morte da doméstica. Sob o número 2.928, de 23 de abril de 1953, foi registrada oficialmente a morte da jovem Francisca Quirino, nome verdadeiro de Francisca Carla. O documento revela ainda que o atestado de óbito foi testemunhado pelo senhor Joaquim Carlos de Vasconcelos, patrão e dono da fazenda onde a jovem foi encontrada morta. Escrito a bico de pena, está descrito como era a falecida: pele morena, 1,70m, cabelos longos, castanhos escuros e olhos castanhos médios. No dia em que foi encontrada morta, Francisca Carla usava vestido de mangas, abaixo do joelho, com chinelo de tiras entre os dedos.

O agricultor Manoel Carneiro Veras, 71 anos, viu na sua mocidade o sofrimento da jovem Francisca Carla. Ele relata que num dia de domingo, como era costume na cidade, o conterrâneo Joaquim Carlos recebia muitos convidados e como retribuição, mandava preparar um grande banquete. “Todos comiam e bebiam à vontade. Muitos paravam aqui voltando da feira semanal de Tianguá. Quando foi um certo dia sobrou muita comida. Achei estranho. Depois disso, como eu era muito amigo da família, seu Joaquim Carlos me falou que Francisca Carla estava doente e que não podia receber visita”, relembra Manoel Veras.

Ele conta que Joaquim Carlos, com ajuda de moradores, construiu uma casinha de taipa para Francisca Carla morar. Depois, eles ergueram uma segunda casa e queimaram a primeira. Fizeram uma terceira casa, esta no caminho para Tianguá. “Foi a partir daí que eu voltei a vê-la. Todos os domingos de madrugada, a gente saia para Tianguá e na ida deixava uma cabaça com água e na volta deixava comida”, conta o agricultor Manoel.

Manoel Veras disse que eram poucas as pessoas que chegavam perto da casa. “Um leão é um bicho feroz, mas a gente tem coragem de olhar para ele. Francisca Carla, o povo tinha medo”. Até que um certo dia, quando ia para cidade, notou que a comida que havia sido colocada lá, lá estava. “Foi aí que seu Joaquim Carlos entrou na casa e encontrou ela morta, o corpo estava caído em cima de um feixe de lenha”, disse, acrescentando que o sepultamento dela foi preparado pela sua mãe, Antônia Xavier. Depois de enterrada, a casa onde foi a última morada foi derrubada e não queimada como as outras.

Robson Fonteneles de Paulo, aluno da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), descreve em sua monografia — “Francisca Carla, o imaginário popular sobre sua santificação” — o que tanto o impressionou: “é que ela (Francisca Carla), antes de ser confinada, esteve numa situação sem ter para onde ir nem aonde ficar. Como se fosse um ser sobrenatural. Podendo tornar-se invisível, diante das exigências preocupantes que desses momentos angustiantes já lhe acompanhava”, descreve Robson.

Sepultamento

Se consideramos que Joaquim Carlos só visitava o local no domingo, provavelmente Francisca Carla tenha falecido mesmo no dia 23 de abril, pois esse dia caiu naquele ano de 1953, numa quinta-feira. “Nesse período de três dias, algumas pessoas passantes e aqueles que sempre deixavam alimentação no pé da faveira notaram que a comida continuava no lugar sem ser tocada. A porta do casebre continuava fechada, demonstrando que algo mais estranho poderia ter ocorrido. Alguém quis ver de perto o que teria acontecido. Era o senhor Francisco Alexandre, a primeira pessoa a tomar conhecimento de que Francisca Carla estava morta”, descreve Luiz Gonzaga Bezerra, no seu livro.

Confirmada a veracidade do fato, logo em seguida as pessoas da comunidade do Sítio Lagoa do Padre, tendo à frente a Antônia Xavier, Francisco Xavier e outros presentes procuram providenciar o sepultamento da conterrânea. Antônia Xavier determinou que fosse preparado o cadáver já em putrefação. “Ela vai ser enterrada como ser humano, deixem que eu cuido, vou dar um banho e visto a mortalha dela pronta para o enterro”, disse ela.

domingo, 26 de setembro de 2010

DISTRUINDO A NOSSA HISTÓRIA





Fiquei muito triste quando soube da reforma que estão fazendo na a igreja do Furnalhão, a mais velha igreja de nossa região está sendo quebrada para ser reformada, é muito triste mecher na estrutura da igreja, que e mais velha do que a de Ubajara,Frecheirinha, Mucambo, Tianguá e etc...
Não conheço a opinião da comunidade do Furnalhão,aliás nem sei se eles foram consultados,mais em todo lugar estão preservando monumentos antigos e nós aqui estamos detruindo, é uma pena refazer uma igreja que foi fundada em 1885, ou estou errado e a igreja deve sim ser reformada, gostaria de saber da opinião de todos vocês que participam de nosso blog.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Era assim nos anos 80

Estou escrevendo umas estórias (contos) sobre coisas do Araticum , apedido estou adiatando um pequeno texto sobre os anos 80.


Ela estava dando voltas no mercado com uma amiga, como era normal para toda juventude da época, ele há olhou pela primeira vez e se encantou com toda aquela beleza, a imagem não saia de sua cabeça, ela usava um vestido de chita, amarelo e uma sandália havaiana que vez em quando saia o cabresto, e que ela pouco se importava de parar e colocar o cabresto no lugar. Ele arrodeou o mercado para passar de frente a ela na outra volta, e assim ele fez, já chegando em frente a TV publica que ficava na parte de baixo do mercado eles se cruzaram, ele a olhou e ela sorriu para ele.Foi o suficiente para ele vibrar de alegria, e ele sabia que na outra volta ele a encontraria novamente,rapidamente ele entrou na discoteca do Edilson comprou algumas balinhas as Kiss, e continuou andando, ele a encontrou novamente em frente a bodega do Zé Inácio, e ofereceu para ela uma balinha as Kiss com uma frase,ela recebeu e deu para ele mais um lindo sorriso, ele prosseguiu já pensando na outra volta falar com ela, mais antes de dobrar a esquina ele viu o pai dela a chama para casa. Mais não tinha problema ele estava feliz, e ele sabia que domingo haveria festa no Itamar clube,e La ele a chamaria para dançar.
A semana passou rapidamente, é ele trabalhou dura a semana toda na roça, vendeu algumas castanhas no Marlito, e ajuntou algum dinheiro para pagar a cota da festa, todos seus amigos comentavam sobre a festa, e exaltava a presença da banda de ubajara, azes do planalto, a festa seria boa, para ele a expectativa só aumentava.
O domingo chegou a tarde ele foi ao campo assisti ao jogo, e era clássico o time de Araticum estava jogando contra a ubauna, o campo estava cheio, ele não lembra bem o placar, só lembra que o neguinho tinha feito um gol para o Araticum, na verdade o jogo não interessava muito,o que interessava era as encaradas que ela dava com ele.o jogo chegou ao fim, ele pegou sua monark, passou no rio, tomou um banho e foi para casa jantar, trocar de roupa,colocou o pente no bolso,e saiu para rua.
Chegou na rua cedo, foi até o marlito comprou um retalho de creme trim, e desodorante, e foi para o bar do Edilson tomar uma para criar coragem, conversou com alguns amigos enquanto chegava a hora da festa.

domingo, 13 de junho de 2010

ARATICUM 1958, A ENERGIA A MOTOR.


FOTO 1962,CASA DO SALDOSO INÁCIO FERREIRA, ATRAZ DA IGREJA.

EM 1958, É INSTALADO EM ARATICUM A ILUMINAÇÃO À MOTOR, O ENCAREGADO ERA O SENHOR JÓSIAS LIMA CUNHA, ELE TINHA A MISSÃO DE LIGAR O MOTOR AS 6:00 HORAS E DELIGAR AS 9:00 DA NOITE, SEU JÓSIAS ERA TAMBÉM O FISCAL DE RUAS, FOI UM GRANDE COLABORADOR PARA QUE HOUVESSE ORGANIZAÇÃO NO ALINHAMENTO DE RUAS E NA COSTRUÇÃO DE NOVAS CASAS, JÓSIAS NASCEU NO DIA 02.03.1910 E FALECEU NO DIA 09.02.1998, E FOI COM MUITA SIMPLICIDADE E EMPENHO QUE ELE COMTRIBUIU MUITO COM O DESENVOLVIMENTO DE ARATICUM.

ARATICUM 1950



EM 1950 O GOVERNADOR DO ESTADO FAUSTINO ALBUQUERQUE VISITA ARATICUM, E É O PRIMEIRO GOVERNADOR A POR OS PÉS EM NOSSO DISTRITO, FAUSTINO ERA DA U.D.N E FOI O PRIMEIRO GOVERNADOR ELEITO PELO POVO APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO (1947 A 1951).DETALHE ELE CHEGOU EM ARATICUM DE CAVALO, DESCENDO PELA A LADEIRA.


GUIMARÃES.

domingo, 23 de maio de 2010

ARATICUM VAI GANHAR UM POSTO DE COMBUSTIVEL.



















Está a todo vapor a contrução de um posto de combustível em Araticum, espera-se para esse ano a inauguração,a iniciativa é do empresário Vandilson da cidade de Frecheirinha,foi uma boa sacada.Para nós que queremos a evoluçao de nosso distrito, estamos torcendo para que tudo dê certo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PESSOAS INTERESSANTES.




Lucido,Queixinho e Ana Martins .

COMO EM TODO LUGAR, PEQUENAS CIDADES DO CEARÁ EXISTEM FIGURAS QUE NOS CHAMAM ATENÇÃO, EM NOSSO DISTRITO NÃO É DIFERENTE,DURANTE OS ANOS VENHO OBSERVANDO PESSOAS HUMILDES DE NOSSO DISTRITO QUE TRAZEM ALEGRIA, AS VEZES PELO MODO DE FALAR ,AS VEZES PELO MODO DE SE COMPORTAR, ALGUMAS QUE JÁ SE FORAM OUTRAS QUE AINDA ESTÃO AQUI COM NOSCO, DOS QUE JÁ SE FORAM, QUEM NÃO LEMBRA DE DONA ANA MARTINS ? QUE SE DIZIA FILHA DE ESCRAVA, QUEM NÃO LEMBRA DA COCA? UMA SENHORA QUE ANDAVA PELAS RUAS E QUE ALGUMAS CRIANÇAS TINHAM MEDO, QUEM NÃO LEMBRA DO SALDOSO CAROÇO? QUE FICAVA INFURECIDO QUANDO ALGUÉM LHE CHAMAVA DE BODÓ, E OS QUE AINDA ESTÃO ENTRE NÓS COMO O MÔI, O JUCA VAZ, O NOSSO QUEIXINHO, E AGORA O LUCILDO O CARA QUE TIRA UM FORRÓ BATENDO COM O DEDO NO PEITO, É GOSTOSO CONVIVER COM ESSAS PESSOAS HULMILDES E FELIZES QUE TAMBÉM FAZEM PARTE DE NOSSO FOLCLORE E PORQUE NÃO DIZER DE NOSSA HISTÓRIA.

INÁCIO GUIMARÃES

terça-feira, 27 de abril de 2010

ARATICUM 117 ANOS (UMA FESTA RIDÍCULA)


Neste dia 25 de abril,Araticum comemorou seus 117 anos, tivemos no sábado um torneio de futebol de salão.(que teve como campeão o time do Barcelona do Furnalhão) e no domingo pela manhã corrida de pedestre e ciclismo. A tarde um torneio de futebol de campo. (que teve como campeão o time do Beira rio).
O que se viu aqui foi uma total falta de amor do prefeito por essa terra que o elegeu, ele tanto tentou que conseguiu economizar dinheiro,os times que ficaram em segundo lugar tanto no salão como no campo não tiveram direito a troféu,só uma pequena quantia em dinheiro e uma bola, a chegada das corridas, tanto para pedestre e ciclista, foi hilário na linha de chegada se estendeu uma tira de papel higiênico,mostrando toda a falta de RESPEITO por essa terra. Quanto a nossa história ela foi esquecida totalmente, ninguém lembrou se quer de avivá-la na memória de nossos jovens, logo nós que colocamos eles no poder.
Não tenho a pretensão de comentar política nesse blog, mais tem coisas que não da para deixar passar em branco. Fico pensando até quando temos que aturar essas pessoas de Ubajara nos GOVERNANDO.
Precisamos nos libertar.

Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim. [ Millor Fernandes]


INACIO GUIMARAES 26.04.2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

GRANDES HOMENS DE ARATICUM.

VOU FAZER AQUI UMA PEQUENA HOMENAGEM AOS HOMENS QUE ATRAVES DO TEMPO LUTARAM E DESENVOLVERAM O NOSSO ARATICUM.




CHICO BERTOUDO(AUTODIDATA)


Francisco Bertoldo de Aguiar, Chico Bertoldo (neto do velho Bertoldo) nasceu em Jaibaras um pequeno distrito de Sobral no dia 18 de junho de 1918, filho de Raimundo Ferreira de Souza e Maria Ferreira Sousa, era casado com dona Maria da Conceição e tiveram cinco filhos todos adotivos.
Foi juiz de base em casamento civil,e um senhor muito dedicado à igreja, era considerado o braço direito do padre Moacir Mello, foi presidente dos vicentinos após o senhor Chico Vaz e se orgulhava muito em dizer que era dirigente do dia do senhor.
Já depois de idoso teve a idéia de construir uma pequena capela no cemitério e ampliar suas terras, teve a ajuda de toda a comunidade, não concluiu a obra por conta de sua morte em 2000,depois de um ataque fulminante no coração, dias antes entregou a obra a seu grande amigo Raimundo Alexandre que a concluiu.
Chico Bertoldo era autodidata, e grande conhecedor da historia de Araticum,Sem suas imformações Araticum hoje não teria uma história.